Percorrer longas distâncias no gelo ou fugir de predadores seriam 
tarefas mais simples para os pinguins se eles pudessem voar, mas o 
resutado de milhões de anos de evolução mostra que, de alguma maneira, é
 melhor para eles nadar ou andar
 mesmo. Por quê? De acordo com uma das teorias mais aceitas sobre o 
tema, os ancestrais dos pinguins eram capazes de voar, mas havia mais 
alimentos debaixo d’água, e os melhores nadadores se sobressaíram na 
escala evolutiva – tornando o voo uma habilidade menos vantajosa. Um 
estudo recente dá força a essa teoria. Existe um pássaro conhecido como 
airo de Brünnich que usa suas asas tanto para mergulhar como para nadar.
 Um caso parecido é o do Phalacrocorax pelagicus, outro pássaro com as 
duas habilidades. 
Acredita-se que os últimos ancestrais dos pinguins que ainda eram 
capazes de voar usavam mecanismos similares aos dessas duas espécies. 
Para entender melhor como eles dão conta de voar e nadar, os 
pesquisadores responsáveis pelo estudo avaliaram airos no Canadá e P. 
pelagicus na Antártica, injetando moléculas de oxigênio e hidrogênio 
marcadas, para medir o “custo” que o nado e o voo têm para essas aves. 
Além disso, colocaram aparelhos que gravavam movimentos, velocidade e 
outras informações importantes.
“A hipótese é a de que [pinguins] evoluíram de um ancestral parecido com
 um airo”, explica o pesquisador John Speakman, da Universidade de 
Aberdeen (Escócia). “Isso envolveria uma redução progressiva no tamanho 
das asas, o que aumenta a eficiência do nado e diminui a do voo”. 
Outra mudança que teria ocorrido ao longo da evolução foi o aumento da 
densidade óssea, que daria mais estabilidade ao nado mas, em 
contrapartida, dificultaria o voo.
Os resultados apontam para um limite em que é possível conciliar 
habilidades de voo e nado – fora desse limite, uma das habilidades 
começa a ficar mais e mais comprometida e o gasto de energia deixa de 
compensar. No caso dos pinguins, “pressões evolutivas” (como a 
diminuição de alimentos em terra ou no ar, ou o aparecimento de outras 
espécies para competir por alimentos debaixo d’água) teriam favorecido 
animais com melhor habilidade de nado, deixando os ancestrais voadores 
em desvantagem.
Contudo, como ainda não foram encontrados fósseis desses ancestrais, é 
difícil fazer afirmações mais concretas a respeito dessa transição – 
embora esse estudo, somado a evidências anteriores, reforce a hipótese 
mais aceita. 
Fonte: http://news.nationalgeographic.com
 

























 
 

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