Há muito tempo, quando você nem era nascido, duas
sondas espaciais foram lançadas no Sistema Solar pela agência espacial
norte-americana, a NASA. Era 1977 e sua missão era fotografar planetas que até
então os astrônomos conheciam pouco: Júpiter, Saturno, Netuno e Urano.
As sondas Voyager 1 e Voyager 2 foram as primeiras
a fotografar detalhes de Júpiter e Saturno e as únicas a chegar a Netuno e
Urano (Imagem: NASA/JPL)
Batizadas de Voyager 1 e Voyager 2, foram elas que
descobriram que Júpiter também tinha anéis e que existiam vulcões fora da
Terra. Depois dessas grandes descobertas, elas seguiram rumo ao espaço
interestelar. Foram 36 anos de viagem até que finalmente a Voyager 1 chegou lá!
Mas como saber que a sonda realmente chegou à casa
das estrelas? Tem alguma placa indicando a chegada? O astrônomo Edward Stone,
chefe da missão, conta que a pista foi o vento solar, uma força que parte do
Sol e compõe a chamada heliosfera, espécie de bolha onde estão todos os objetos
que orbitam em torno do nosso astro rei.
“Em agosto, recebemos relatórios da Voyager 1
marcando que os ventos solares tinham velocidade zero. Se não há vento solar, é
porque a sonda entrou no espaço interestelar, onde estão as outras estrelas”,
conta Edward.
As duas sondas passaram pelos últimos planetas do
Sistema Solar e, agora, a mais rápida delas chegou ao espaço onde ficam as
outras estrelas (Imagem: NASA/JPL/Caltech)
Sondas espaciais não são tripuladas por humanos,
mas controladas por computador. Agora a Voyager 1 é a primeira criação humana a
entrar no espaço interestelar. E a Voyager 2? “Ela está cerca de dois bilhões
de quilômetros atrás da primeira sonda e viaja mais devagar, por isso achamos
que ainda vai demorar alguns meses para ela sair da heliosfera”, responde o
astrônomo.
Daqui a alguns anos, por volta de 2025, os motores
das sondas vão parar de funcionar e eles perderão também a comunicação com a
Terra. Quando isso acontecer, elas passarão a orbitar em torno do centro
da Via Láctea. “Tudo o que cai ali passa a circular o centro da nossa galáxia
para sempre”, revela Edward.
O fim das sondas pode parecer um pouco triste, mas,
com certeza, elas têm um caminho muito legal pela frente!
Fonte: Ciências Hoje das Crianças - UOL
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